A importância dos Hidrantes

Nesta segunda-feira 08 de Abril de 2013, foi realizado mais um simulado da RINEM na empresa Tilibra. Após a realização, decidimos testar a rede pública de hidrantes e para nossa surpresa a vazão de água é mínima, voltamos novamente a debater a questão da Lei dos Hidrantes na cidade, bem como a manutenção e revisão desta estrutura.

Entenda a lei:
Fonte: Jornal da Cidade - Março 2013

Perigo na rua expõe déficit de hidrante em Bauru

O município conta com falta de 110 equipamentos, segundo Corpo de Bombeiros; DAE tem “estoque” parado há meses

Bruna Dias
Levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros aponta que Bauru tem atualmente um déficit de 110 hidrantes. A falta desse dispositivo de segurança, especialmente em locais como os Distritos Industriais, continua sendo preocupação por parte dos empresários. A falta de estrutura de segurança e para o combate a incêndio continua sendo tema negligenciado pelo poder público local. O levantamento do Corpo de Bombeiros contrasta, de outro lado, com o “estoque” de hidrantes mantido pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE) e a origem do problema: a rede de Bauru é deficiente e a vazão não comporta o dispositivo em diversos lugares. 
O coordenador do estudo, 1º tenente Victor Félix Tozi Bonfim, explica que os locais para instalação de hidrantes são definidos junto às equipes que trabalham em ocorrências diariamente. “Nós levantamos os bairros geograficamente e sugerimos ao DAE a colocação de mais 110 pontos de hidrantes, para atender melhor a cidade. Atualmente Bauru possui 118 hidrantes instalados, mas alguns não funcionam por conta de problemas na rede de água e até vandalismo”, explicou.
Na verdade, boa parte dos hidrantes não teria qualquer funcionalidade hoje em razão da conhecida deficiência na vazão. O planejamento na instalação da rede não foi observado no passado e o problema não vem sendo corrigido pela administração. Enquanto isso, empreendimentos continuaram funcionando sem fiscalização.
O estudo dos pontos onde deveria haver o hidrante, pelo menos, está pronto. Para definir esses locais, além da periculosidade, foram escolhidos pontos onde há rede de água compatível para a instalação do dispositivo. “Nós baseamos nossas escolhas em locais que não possuem hidrantes como, por exemplo, os Distritos Industriais, e que já possuem a rede de água para a instalação”, acrescentou.

Doação
Desde 2010, uma lei municipal prevê que as empresas doem um “kit hidrante” para ser instalado em pontos específicos do município, o que vem gerando discussão e até pauta da Câmara Municipal, nos últimos meses.
Esses dispositivos devem ser entregues aos bombeiros, que realizam uma vistoria prévia e os encaminham para o Departamento de Água e Esgoto (DAE), responsável pela  instalação e manutenção. Além disso, a autarquia também avalia se a rede de água no local indicado tem vazão e pressão suficientes para um hidrante, já que os equipamentos são instalados apenas em redes acima de 100 milímetros de diâmetro (4 polegadas).

Estoque
No entanto, apesar de contar com recursos no caixa, o DAE não tem equipe e rede de água para satisfazer a instalação. Em virtude disso, 33 doações como esta estão armazenadas no almoxarifado da autarquia há meses.
A legislação atualmente prevê que as empresas com área construída igual ou superior a 1.000 m² devem doar um hidrante com todos os acessórios necessários para sua instalação, seguindo padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ao Serviço de Atividades Técnicas do 12º Grupamento de Bombeiros de Bauru. A empresa que não fizer a doação não recebe a certidão de habite-se.
Mas, sem rede para instalar os dispositivos, a Prefeitura tentou mudar a exigência do tamanho das edificações para a partir de 5.000 m². A medida, que gerou debate sobre a ineficácia da regra em relação ao patamar de segurança contra incêndio nas ruas, foi barrada pelos vereadores.  

O kit hidrante
Segundo Manuelino Câmara Filho, o kit hidrante, que deve ser doado uma única vez pelas empresas, custa cerca de R$ 4,5 mil e pode ser comprado em lojas especializadas em saneamento básico. No total, a autarquia conta com quatro equipes com cinco servidores cada, mas apenas uma delas trabalha na instalação de hidrantes aos finais de semana.
“Além da equipe plantonista, escalamos mais uma só para fazer esse serviço. A nossa meta é de instalar dois hidrantes por semana, aos finais de semana, quando há menos consumo de água. Assim evitamos transtornos porque a rede de água tem que ser desligada. Se diminuir a demanda de serviços durante a semana, encaixaremos a instalação de hidrantes nesse espaço também. Esse trabalho de instalação custa cerca de R$ 3 mil ao DAE”, explicou Manuelino.
Recentemente o DAE instalou dois dispositivos, um na rua São Sebastião, Núcleo Nova Esperança, e outro no Distrito Industrial 3. Anteontem, a assessoria de comunicação anunciou que outros dois hidrantes seriam implantados na rua Doutor Arnaldo Prado Curvello, no Distrito Industrial 2.

Entraves
O cumprimento da norma pelas empresas “encheu” o almoxarifado do DAE. De acordo com a assessoria de comunicação da autarquia, 33 kits estão parados. Entretanto, as doações não param de chegar e a rede de água deficitária é o maior entrave na instalação em muitos pontos, conforme o diretor de Divisão do DAE, Manuelino Câmara Filho.
“A exigência do Corpo de Bombeiros é que o kit deve ser de quatro polegadas, mas existem tubulações de diversas polegadas na cidade. Muitas de duas polegadas não conseguem receber o hidrante por conta da pouca vazão. As de polegada maior têm que ser adaptadas, e isso sai do DAE. Nesses casos nós usamos adaptadores nossos, da nossa manutenção, para realizar essa instalação. Já pedimos para mudar essa exigência”.


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